sábado, 2 de maio de 2020




Assmbléia Legislativa do Piauí



Assembléia do Piauí - junho de 1964.
Acervo Foto Müller / Kleber Eulálio

Helvídio Nunes, Deusdedit Cavalcante, Pedro Portela, Edson Rocha, Humberto Reis, João Clímaco de Almeida (Joqueira), Djalma Veloso, Alfredo Nunes, Waldemar Macedo.

xxx, Paulo Ferraz, Nélson Moura Fé, xxxxxx, Aluísio Ribeiro, João Lobo, João Ribeiro de Carvalho, Aloísio de Araújo Costa, Padre Solón Aragão, Álvaro Melo, Wilson Parente, Ribeiro Magalhães,José Gil Barbosa,José Raimundo Bona Medeiros, José de Araújo Mesquita (Diretor-Geral da Assembléia).
Joaquim Gomes Calado, Antonio Gayoso, Odilon Freitas, Benjamin Lustosa Nogueira, José Olímpio da Paz, xxxxxx, José Odon, Roberto Raulino, Severo Eulálio, Tertuliano Solón Brandão, Machado Melo, xxxx, David Paulo Alves, José Martins Nunes, Filadelfo Freire de Castro e Benoni Portela Leal.









terça-feira, 17 de março de 2020


 CISMA




As auras sopram de leve
Entre as árvores do monte,
O firmamento se curva
Sobre as fimbrias do horizonte.

O rio estende seus mantos
Encrespado pela aragem,
Sobre as rendas verdejantes
Da relva que cresce à margem.

A estrela trêmula e pálida
Infiltra um tímido olhar
Na transparência infinita
D’um esplêndido luar.

E a lua – a virgem celeste
Dos amores ideais -,
Se embala nas filigranas
D’uma rede de cristais.

A natureza palpita
Estremecendo d’amor
Aos afagos luminosos
Dos risos do Criador

O barco singra a corrente
Do rio temido e azul,
Impelido pelos sopros
Dos ventos que vem do sul.

Da amurada do navio
Que corta rápido as águas,
O poeta exala um canto,
Impregnado de mágoas.

É que os encantos infindos
Que esvoaçam na amplidão
Só não podem achar eco
No seu triste coração.

É que a harmonia sublime
Que povoa a imensidade
Vem reabrir no seu peito
A cicatriz da saudade!

Xilderico de Faria

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Presos para a Liberdade



Dom  Diogo de Sousa, do meu Conselho, Governador e Capitão-General da Capitania do Maranhão, Eu, a Rainha vos envio muito saudar.

Sendo-me presente o requerimento dos pretos escravos da Parnahiba Domingos Joaquim, José Dias, Manoel Dias, Ventura da Cunha e Pedro Dias, que foram apresados e conduzidos pelos franceses a Caiena, onde lhe deram liberdade, e voltando depois para o Pará, vieram dali para este Porto como marinheiros na Fragata Amazonas, por cujos motivos pretendem se considerar livre:

Hei por bem ordenar, por Graça especial, que pela Junta da Fazenda dessa Capitania façais pagar aos senhores dos referidos escravos o seu respectivo valor, ficando os mesmos postos em liberdade. O que assim cumprireis. Escrita no Palácio de Queluz, aos dezesseis de janeiro de mil setecentos e noventa e nove.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

domingo, 10 de setembro de 2017



Domingos Jorge Velho


O Bispo de Pernambuco teria dito que ele mal falava o português...

Mas essa era a sua assinatura e conforme o documento que assina esteve no Piauhy, sim.
Valeu, Padre Cláudio Melo.












Depois de procellosa tempestade
Noturna sombra, e sibilante vento,
Traz a manhã serena claridade,
Esperança de porto e salvamento:
Parta o sol a negra escuridade,
Removendo o temor ao pensamento:
                                              (Camões Csnt. 4 Est. 1)


segunda-feira, 31 de julho de 2017



POESIA - Lycurgo de Paiva


A bordo do Vapor Tamandaré
(Recitada por Lycurgo ao Corpo de Guarnição e Voluntários do Piauhy)

Bravos soldados – avante!
Filhos do norte – coragem!
D’aqui bem longe, distante,
Lá nos insulta um selvagem
Agora mesmo arrogante,
Talvez de novo nos fira;
 Quem nos dirá, neste instante,
 Qu’outras cabeças não tire?

Ide; correi pressurosos,
Ide ajustar nossas contas;
Ardendo em raiva, - fogosos,
Vingar a mãe das afrontas,
Ide, valentes, - briosos,
Vossos irmãos já lá estão,
Ferros nas mãos, luminosos.
Façam tremer o vilão!

Em Payssandu já s’ostenta
N’alta muralha – o pendão:
Montevidéu – opulenta
Curvou-se humilde à nação:
Resta-nos inda a cruenta,
 Essa fatal  - Paraguay!
Quem, onde o vil se sustenta
Vingar afrontas – não vai?

Neste festim sanguinário
Ide também ser convivas!
Quem não será solidário
Em circunstâncias tão vivas?
Quando à nação do fadário
O negro manto se a’antolha,
Quando no sul um corsário
Em nosso sangue se molha?

Ide vingar a donzela
Q’o manto o vil profanou;
Morta depois – tão singela!
Sem ver o céu que sonhou!;
A flor do vale tão bela,
Q'o monstro a seiva bebeu,
Clama por vós numa estrela,
Q’ lá no céu se perdeu.

O pai a mãe que a pranteiam,
A triste irmã, q’inda chora,
Loucos de dor devaneiam,
Clamam por Deus nesta hora;
Ardendo em fogo alardeiam
Em ais pungentes – vingança!...
No céu q’as nuvens branqueiam
Fitam olhar d’esperança!

Nossos avós - diz a história
Foram tímidos, valentes!
Em honra a essa memória,
Mostrai valor, combatentes!
No campo lá da vitória
Quando o clarim der – avança!...
Não fique um só – vão na glória
Ver, quanto aqui não a’alcança.

Ide cumprir um dever
O mais sagrado na terra:
A pátria – a mãe defender
Ide, valentes na guerra!
Por ela é bom combater.
Em frio chão resvalar;
De luta, enfim, quem morrer
Irá na glória acordar!

E, no correr da batalha,
Ao rijo troar do canhão,
A vossos pés sem mortalha,
Caiu gemendo o vilão;
E como a fera atassalha
A presa, em ódio a bramir,
Assim, de rojo, - o canalha.
Ouça o canhão retinir.

Quando da Pátria, em defesa,
Na luta morre seu guerreiro,
É como estrela que acesa
Revela o céu brasileiro!...
Deste país na grandeza,
No santo livro da  história,
Será sagrado à braveza,
Um brado – de alta vitória?!

Morte, morte ao vilão!
Brado o Piauí nesse instante,
E o echo pela amplidão
Vá-se escoar – retumbante-;
E do ardor – n’altivez-
Lá onde o monstro se perde
Triunfa mais uma vez –
Nosso pendão – auriverde-!